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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

W. Turner - A Burryal at Sea


Entra de novo pelo céu de Julho
disse o alísio ao velho marujo.
Não tarda a escurecer
e os fantasmas da tarde já sobem ao céu

Maneja os teus dedos de ferrugem
pelo velho astrolábio,
candeia de uma vida de negras ondas.
Pesa a Lua! [ordena-lhe o trajecto]
o mar só a ti tem afecto
e já te chama para dormir
neste barca
a vela és tu
entre o céu de Julho e o mar que espelha
teu engenho de devir

astros e lábios
ondas de um porto brando
são coordenadas de teu comando

Não há amarras que te prendam
quando o vento te quer a navegar.

3 comentários:

  1. Muito belo este poema em que o imperativo se torna apelo, em que o apelo se torna insuflado ânimo, sopro de um vento interior, aquele que, em nós, desata as amarras e nos faz zarpar. Meus parabéns!

    luís filipe pereira

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  2. E o menino nao acreditava em grandes viagens ... ;)

    Teresa

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  3. Que linndooo Vi* Adorei, sem dúvida um dos meus favoritos.

    CatxuEn *

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