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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Vilão - "Dim the Lights" by Johannek (NG)


Eis-me perante vós
Raça de um credo homogéneo
como a seiva de uma árvore doente
O primeiro cínico da vossa casta raquítica.
O primeiro Vilão de um mundo de heróis.
onde os heróis morrem de velhice
Impotentes agarrados à única arma decorosa
que ainda conseguem dirigir
Filho de um mundo que me cuspiu na cara
para me dar a única lágrima que alguma vez chorei
O único Vilão de um mundo que já não precisa de Afronta
Vaticínio da morte de todos os heróis ainda vivos
mortos à nascença,
[condenados]
pela inutilidade do seu primeiro fôlego

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O Ossário de Pablo Picasso - O Tempo


Agora que folheio
as folhas tisnadas da tinta dos tempos
E considero, as folhas já lidas
as que ainda estão por ler
a felicidade
e o sofrer
Nada se divide,
é tudo um remoinho
de nós,
sofridos e eufóricos
Poesia
Realidade
Verdade e Desejo
Peças fundidas na fornalha da (in) consciência

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sonhos [de Outras Noites de Verão] Matisse - " Dois Bailarinos "




Lá fora
o calor cai sobre as telhas secas
enquanto corpos transpirados
dão passos incertos
pela calçada áspera e brilhante de Lua

O mundo adormece
e por enquanto estamos salvos
de todo aquele "fuss" que virá com a luz vivificante do Sol
o tempo esfuma-se sem rigor
é meia-noite , vamos andar sem destino.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

W. Turner - A Burryal at Sea


Entra de novo pelo céu de Julho
disse o alísio ao velho marujo.
Não tarda a escurecer
e os fantasmas da tarde já sobem ao céu

Maneja os teus dedos de ferrugem
pelo velho astrolábio,
candeia de uma vida de negras ondas.
Pesa a Lua! [ordena-lhe o trajecto]
o mar só a ti tem afecto
e já te chama para dormir
neste barca
a vela és tu
entre o céu de Julho e o mar que espelha
teu engenho de devir

astros e lábios
ondas de um porto brando
são coordenadas de teu comando

Não há amarras que te prendam
quando o vento te quer a navegar.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sem título sob "Memória de Poliédrica Luz" - por VBA


Embrulhou-se diametralmente no seu fato cinzento e pôs a trela mais colorida que encontrou no armário para enganar a prisão de movimentos (e pensamentos) a que o seu corpo se votava. Olhou para trás acarinhando a esperança de vislumbrar os dias em que a liberdade não era nem mais nem menos do que sair para a rua cálida e titubeante de encontros e surpresas que sem pressa se desencontravam dos olhares menos atentos.
Mas a rua não estava lá, nem sequer a tinta dos dias estava lá, só a mistura embotada de preto e branco lhe tisnava a íris mastigada pelos dias...

sábado, 17 de janeiro de 2009

"Le Therapeute" de Magrite (Nexo: A Liberdade da Desconstrução)


Statim
Enche-me o copo para que possa esquecer
porque quero tanto essa esquálida mistura
de fogo e despercebimento

Sentir o entorpecer que me corrói em
tão feliz morte à consciência
Venham então os fumos de vidrito
Que recriam o mais pesaroso sentir
No mais leve happy ending .

Aí estarei demasiado longe
do fútil chão que me prende .

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Sob o signo de J.Morrison - Profeta de uma Época de Luzes e Som, Desiderato de um Mundo de Cores.


Ghost Song

Shake dreams from your hair
My pretty child, my sweet one.
Choose the day and choose the sign of your day
The day's divinity
First thing you see.
A vast radiant beach in a cool jeweled moon
Couples naked race down by it's quiet side
And we laugh like soft, mad children
Smug in the wooly cotton brains of infancy
The music and voices are all around us.
Choose they croon the Ancient Ones

The time has come again
Choose now, they croon
Beneath the moon
Beside an ancient lake
Enter again the sweet forest
Enter the hot dream
Come with us
Everything is broken up and dances.